quarta-feira, junho 04, 2008
Há uma peça de piano que foi hoje inacabada.
os seus longos dedos viajam entre o branco e o negro sugerindo a harmonia das coisas
o piano de cauda senta-se em bicos de pés faz a vénia quase deitado
o público levanta-se erguendo as mãos efusivas, aplaudem sem mais
e a peça abandona a sala, incompreendida, debaixo de um ruído excessivo, incomensurável, inadiável, que não pode suportar.
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os seus longos dedos viajam entre o branco e o negro sugerindo a harmonia das coisas
o piano de cauda senta-se em bicos de pés faz a vénia quase deitado
o público levanta-se erguendo as mãos efusivas, aplaudem sem mais
e a peça abandona a sala, incompreendida, debaixo de um ruído excessivo, incomensurável, inadiável, que não pode suportar.
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A harmonia das cousas afastada das coisas menos reluzentes… matéria húmida e desorganizada no seu percurso indecifrável, uma sutura, a energia dos pontos, o movimento bombardeando a sua própria velocidade…
Há um pianista que fez hoje do seu piano um palco.
As luzes cegam-lhe os olhos, o som é capaz de testemunhar o egoísmo de quem o não ouve. Ele não se ouve.
Um pianista no palco, sem olhos e ouvidos. Apenas capaz de reconhecer a vibração do ruído. Fica até ao fim, até ver e ouvir, até deixar de sentir.
Aplaude efusivamente o público, entusiasta do que não conhece, uma peça que o tem prisioneiro.
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As luzes cegam-lhe os olhos, o som é capaz de testemunhar o egoísmo de quem o não ouve. Ele não se ouve.
Um pianista no palco, sem olhos e ouvidos. Apenas capaz de reconhecer a vibração do ruído. Fica até ao fim, até ver e ouvir, até deixar de sentir.
Aplaude efusivamente o público, entusiasta do que não conhece, uma peça que o tem prisioneiro.
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