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sexta-feira, junho 27, 2008

 

Escuto o silêncio protector
dos bombardeamentos de medos,
os coleccionadores de sangue jovial
e o teu vaporoso amor.

São sons que consigo isolar,
definir perfeitamente – um dia foi o teu corpo.

A vantagem de levar um amor para a guerra
é a surdez com que nos fica – resiste ao ferimento.

A paixão que jamais voltará a assolar
antes seja apaziguada a íntima lucidez

imiscui-se no desinteresse súbito
criado em volta das mulheres
– não é mais cativante.

a origem gorava a hipótese da selecção
nem memórias, nem nada.

ostenta vertical o orgulho e ao pescoço
todo o arrependimento que não abordou

Dizia que o amor era uma batalha perdida,
supunha ser um oásis, o próprio

nunca descortinou um inimigo nítido.


nuno travanca

Comments:
um silêncio que é meu, cultivado por mim para te ler

a surdez é a minha forma de conjugar os sentires


ler-te é um prazer

um abraço, aquele que te quero dar

beijinho nuno
 
Relembro o processo, as bacias, hidrográficas ou de loiça,
retendo matéria sem pertenças e sem cor
condensada numa passividade prestes a devolver
uma realidade - inimiga de nitidez assomada.

Ah, as bacias vazias. A razão depurada,
o isolamento ilusório, as batalhas não travadas.

O resultado significaria sons catastróficos,
a incapacidade de reter de forma contida,
de forma artesiana – com o que tudo isso implica-
água num imenso deserto de grãos de areia.
Coleccionáveis. Peça exposta.

Lugares ermos onde a vantagem de nos termos
é testemunha de resistência – um dia foste tu.

Arte é inverter o movimento de um pêndulo.
A selecção uma contrariedade para o artista.

Ostentemos em comunhão.
O deserto cabe na palma da tua mão,
A abordagem é uma mera vantagem.

A, de Anónimo.
 
ah nuno travanca. o famoso escritor =)

há dias coloquei um dos teus poemas no lugares mal situados, alguns dias mais tarde lá estavas tu com as tuas escolhas e o prazer que me deu lê-las. ainda sem oportunidade de te dar as boas-vindas, aproveito e dou-tas por aqui. ora então: seja bem-vindo e esteja connosco por muitos e longos anos.

quanto ao poema, sei, pela forma mais difícil de saber alguma coisa, que é dificil isolar seja o que for quanto mais os sons. se a tua arte te permite isolar os sons também te deve ao menos permitir isolar o amor ainda que este seja a tal batalha, nos tons bélicos do amor apresentas-nos um poema de ler e reler vezes sem conta, só para ter a certeza que não nos falta ar no peito.

um beijo
deste
mar.
 
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