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sábado, junho 18, 2005

 
Sábado 25 Junho 20h
Arraial Pride
Parque do Calhau (Monsanto)

quarta-feira, junho 15, 2005

 
já não te aguardo,
adio-me


valter hugo mãe

terça-feira, junho 14, 2005

 
O amor
é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz.


eugénio de andrade



(19 de Janeiro 1923 – 13 Junho 2005)


De seu verdadeiro nome José Fontinhas, o escritor Português nascido na região do Fundão no seio de uma família humilde que foi funcionário público, tinha laivos de soberba e era segundo muitos uma figura execrável. Era defensor da exactidão na língua. Publicou mais de 27 livros (3x9) traduziu grandes nomes da poesia, tais como Federico Garcia Lorca ou Juan Rámon Gimenez. Adoptou o Porto como sua cidade de eleição e lá foi sua última morada. Da sua poesia podemos destacar uma visão do mundo confinada ao gosto pelas coisas térreas e passíveis de serem gostadas. Nunca se deu bem com a vida social, no entanto também não era um eremita. Gostava dos seus amigos e era anormalmente criterioso em relação às pessoas que o rodeavam. Daí talvez a sua veia arrogante, intempestiva e snob em relação ao desconhecido e aos desconhecidos. Homem predominantemente de esquerda lutou sempre contra toda e qualquer uma formas de repressão. Após prolongada doença, escolheu o dia de Sto António para, no Porto, falecer.




bio zulu gráfico

segunda-feira, junho 13, 2005

 

"Até amanhã, camaradas!"

Álvaro Cunhal, secretário-geral dos comunistas entre 1961 e 1992, altura em que foi substituído por Carlos Carvalhas estava doente há alguns anos e morreu hoje aos 91 anos.

"Álvaro Barreirinhas Cunhal, nascido em Coimbra, em 10 de Novembro de 1913, hoje falecido aos 91 anos, morreu comunista como resolveu sê-lo aos 17 anos.
A sua vida confunde-se com a do Partido Comunista Português, para o qual foi sempre uma referência, mesmo depois de ter cedido a sua cadeira de secretário-geral, em Dezembro de 1992.
O pai de Álvaro, Avelino Cunhal, era advogado de província tendo chegado a governador civil da Guarda.Fez a primária em casa, mas aos 11 anos, a família mudou- se para Lisboa, tendo estudado nos liceus Pedro Nunes e Camões.
Em 1931, com 17 anos, ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa e, eleito representante dos estudantes de Lisboa no Senado Universitário, a sua primeira proposta foi acabar com a Mocidade Portuguesa.
No mesmo ano filiou-se no PCP, entrou para a Liga dos Amigos da URSS e do Socorro Vermelho Internacional e depressa subiu os degraus da organização do partido.
Em 1935 já era secretário-geral das Juventudes Comunistas e no ano seguinte entrava para o Comité Central, que o enviou a Espanha, onde viveu os primeiros meses da guerra civil, uma experiência que o inspirou para o seu romance "A Casa de Eulália".
Aos 24 anos, em 1937, sofre a primeira prisão, no Aljube e Peniche.
Por questões políticas foi obrigado ao serviço militar (início de Dezembro de 1939) na Companhia Disciplinar de Penamacor, mas por motivos de saúde, a junta militar dispensou-o pouco depois.
Em Maio de 1940 foi novamente preso.
Estudou na cela e foi à Faculdade, sob escolta policial, defender a sua tese (100 páginas, confiscadas depois pela PIDE) sobre a realidade social do aborto e a sua despenalização.
Os examinadores Paulo Cunha, Cavaleiro Ferreira e Marcelo Caetano (que vieram a integrar o consulado de Salazar) deram-lhe 19 valores.
Em 1941, trabalhou como regente de estudos no Colégio Moderno, a convite de João Soares e chegou a dar explicações a Mário Soares, mas, no final do ano, passa à clandestinidade.
Até 1947 conseguiu pôr de pé o partido, restabelecer as relações com a Internacional Comunista (interrompidas em 1938) e ganhou todos os "desvios internos", sendo mesmo o responsável pelo relatório político apresentado no II e IV Congressos.
Preso de novo pela PIDE em 1949, no ano seguinte é levado a julgamento e é condenado a quatro anos de prisão maior celular, seguida de oito anos de degredo.
Na prisão escreve e desenha. Esteve mais de oito anos isolado numa cela.
"Quando se tem um ideal o mundo é grande em qualquer parte", lembraria mais tarde.
A 03 de Janeiro de 1960 foge, com outros camaradas, do Forte de Peniche, uma fuga espectacular e novo período de clandestinidade.
No ano seguinte é eleito secretário-geral (cargo vago desde 1942).
E, mesmo vivendo no exílio, entrou e saiu várias vezes do País e consegue publicar em 1964 o "Rumo à Vitória", cujas teses ainda perduram no núcleo duro do PCP.
Cinco dias após o 25 de Abril de 1974, Cunhal regressou a Lisboa, vindo de Paris, para a 15 de Maio tomar posse como ministro sem pasta no governo provisório.
Entre 1975 e 1992 foi deputado à Assembleia da República, mas só por curtos períodos ocupou o lugar na sua bancada.
Em 1982, torna-se membro do Conselho de Estado, cargo que abandonou em 1992, ano em que cedeu liderança do PCP a Carlos Carvalhas, para passar a presidente nacional do Conselho Nacional do partido, um cargo criado à sua medida e extinto anos depois.
Passou incólume aos desaires internos: o "grupo dos seis" e a "terceira via" em 1986; em 88 o caso Zita Seabra, que acaba por ser expulsa dois anos depois.
Foi operado a um aneurisma da aorta, em 1989, em Moscovo.
Quando regressa a Portugal, o partido sofre sucessivos contratempos: o grupo do INES e a "quarta via", a queda do muro de Berlim e a "perestroika".
Livre das luzes da ribalta partidária, nem por isso deixou de influenciar os destinos dos comunistas portugueses, embora tenha assumido claramente apenas a sua condição de romancista e esteta.
Os seus contactos com jovens multiplicaram-se, mas tiveram de passar 28 anos sobre o 25 de Abril para Cunhal ser convidado a falar na Universidade Católica (1997), onde surpreendeu todos ao dizer que Jesus Cristo se sentiria mais próximo dos comunistas.
Com obras publicadas como ideólogo do marxismo-leninismo (entre as quais "Rumo à Vitória" e "Partido com Paredes de Vidro"), só em 1995 reconheceu publicamente ser ele o Manuel Tiago da ficção literária "Até amanhã Camaradas", "Cinco Dias e Cinco Noites", "Estrela de Seis Pontas" e "A Casa de Eulália" e o António Vale que assinava temas plásticos e fazia desenhos como as suas célebres ceifeiras.
Após a aprovação no Comité Central do "Novo Impulso", um documento que em 1998 imprimia um sentido renovador às linhas de orientação do partido para os anos seguintes, Álvaro Cunhal fez uma ronda de sessões de esclarecimento pelo país, alertando contra as "tendências de social-democratização" no PCP.
Dois anos depois, e por motivos de saúde, Cunhal faltou pela primeira vez à Festa do Avante e pela mesma razão ao XVI Congresso do PCP.
Mesmo ausente, marcou os trabalhos, ao enviar um documento em que reafirmava a actualidade do marxismo-leninismo.
Nos últimos anos esteve sempre afastado da cena política devido à sua avançada idade e ao seu estado de saúde.
Em Novembro último, voltou a enviar uma nova mensagem ao XVII Congresso, também saudada de pé pelos militantes.
Álvaro Cunhal teve uma filha única, Ana (a mãe foi a sua companheira de exílio Isaura Dias) embora a mulher dos seus últimos anos fosse Fernanda Barroso." (in Publico)

O zulu nunha tinha visto tanta gente no funeral de alguém. Nem no da Amália Rodrigues...

zulu rendido


domingo, junho 12, 2005

 
Força, força
Companheiro Vasco
Nós seremos
A muralha de aço!

"Não imagino a minha vida sem o 25 de Abril"


O general Vasco Gonçalves morreu hoje, dia 12 de Junho de 2005, com uma síncope cardíaca, enquanto nadava numa piscina no Algarve, aos 83 anos.


"Nascido em 1921, Vasco dos Santos Gonçalves era filho de um salazarista que chegou a jogar futebol no Benfica, tendo mesmo participado num dos primeiros confrontos entre Portugal e a Espanha antes de se dedicar a uma pequena casa de câmbios em Lisboa.

Quando morreu, em 1968, já o filho era tenente-coronel, oriundo da Academia Militar e da arma de Engenharia, e tinha passado pela Índia e pela guerra colonial em Moçambique. Promovido a coronel em 1971, quando se encontrava em Angola, Vasco Gonçalves acabaria por ser o mais graduado dos militares que estiveram na origem do MFA.

Para atrás ficara a sua participação num ensaio de insurreição militar que chegou a estar prevista para 12 de Março de 1959.

Membro da comissão que ajudou a escrever o Programa do MFA e da Comissão Coordenadora do movimento já depois da revolução, Vasco Gonçalves integrou o Conselho de Estado antes de ser indigitado como primeiro-ministro em Julho de 1974. Colocado à frente de um governo provisório que incluía muitos militares, alguns independentes e vários dirigentes do PS, PCP e PPD, foi um dos grandes responsáveis pelas nacionalizações decretadas em Março de 1975, incentivando as ocupações de terras, antes de decretar a reforma agrária.

A partir daí, Vasco Gonçalves, o PCP e a extrema-esquerda ficavam com o caminho livre para impulsionar o processo revolucionário, apoiando-se no movimento sindical e incentivando todas as reivindicações populares. A radicalização então verificada e a progressiva identificação de Vasco Gonçalves com o PCP - força minoritária em Portugal, como ficou bem patente nas primeiras eleições livres, realizadas em Abril de 1975 - conduziram a uma clivagem nas Forças Armadas, com a vitória da linha moderada.

O Verão termina com Vasco Gonçalves fora do Governo, dias depois do discurso de Almada.

Vasco Gonçalves não voltaria a exercer outras funções políticas, continuando, no entanto, a ser lembrado como um ícone de uma certa revolução. Continuou a desfilar na Avenida da Liberdade a cada celebração do 25 de Abril e a saudar os sindicalistas da CGTP nas comemorações do 1.º de Maio." (in DN)



E gostava que o Dr. Mário Soares tivesse vergonha naquela focinheira canina e se mantivesse calado ao invés de rasgar elogios largos a pessoas por quem nutria profundos ódios e diferenças.

zulu neste verão quente

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