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segunda-feira, outubro 25, 2004

 
à mulher cujo sabre era um beijo

em lugar de calendário e meses
tinha olhos para todos os tempos
clássicas em rutila, as meninas
que neles dançavam ininterruptamente.


cedo se vislumbrou
que era em fé e em usança
o caminho
da triste sina a sua falsa temperança.


antes mesmo dos dias se consumarem
os deuses lhe traçaram o músculo
do homem que teria por má sorte


seria breve o seu sórdido arbítrio e livre
depois de se aprisionar
àquele que tem por frívola consciência
a prática que aturde em
ímpia desenvoltura
o vagar silêncio do ínfimo términos


seriam seus olhos endeusados
que de rios e correntes
pereciam desarmados
sob o traço prévio
do olimpo
a beijar-me
no começo da humanidade


nuno travanca


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