terça-feira, março 30, 2004
Já tinha lido qualquer coisa sobre o assunto, mas ver é ainda mais assustador. Então não é que a TVI “recrutou” um ex-condenado no qual recaíam suspeitas de ter morto seis ou sete pessoas em França e cometido actos de canibalismo e rituais satânicos para com ele fazer uma peça. O dito cujo que foi, afinal, acusado e condenado por apenas um dos sete homicidios de que era alvo de suspeita, resultante da já habitual falta de provas, cumpriu pouco mais de metade dos doze anos de cadeia a que foi condenado. Esta notícia teria uns dois minutos de tempo de antena, quando muito, no entanto a TVI decidiu fazer uma peça longa que foi passando no telejornal e que depois passou na íntegra. Era ver tal personagem deambulando pelo cemitério dos prazeres. Uma verdadeira peça de arte... E as perguntas não foram menos interessantes: «os seus pais têm medo de si?», ou «considera-se um canibal, um vampiro, ou um doente mental?».
E é assim que vai o jornalismo televisivo. Por alguma razão não costumo ver televisão, e confessamente de cada vez que vejo mais alguns minutos do que o normal período que levo até adormecer, fico sem vontade de repetir.
zulu “às turras” com o pequeno ecrã