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domingo, outubro 26, 2003

 
além renasce acordada a invenção do amor

perdidos os passos ,

a maré que volta a ti toda a manhã

faz com que o horizonte , além

pareça uma criança embalada no meu sono

com polegares bem abertos ,

cruzados em segredo , em ruas deslavadas

onde se eu quisesse encontrar o esquecimento

este engrandeceria tanto

que me rebentaria nas mãos

sem ninhos , sem chilreios

onde o corpo embutido numa ideia

faria as vezes daqueles pensamentos sinceros

- os que nos obrigam a esconder a cara

nos levam a todos os sítios

de onde não deveríamos sequer ter partido


além , ao frio e à chuva

aguardando um novo dia

um último novo dia , breve

que nos dará a conhecer o inchaço das tardes

bramindo aos cata-ventos

o “amo-te” ,

todos os últimos novos dias que penso.



nuno travanca

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