quinta-feira, agosto 14, 2003
Fernando Sá Monteiro vai criar, segundo ele, um partido de orientação monárquica regida por valores tradicionais que substitua o cadáver adiado do PPM.
Quando ouço falar em reis e soldadinhos de chumbo lembro-me quase sempre do caçador simão :
O Caçador Simão
A Fialho d'Almeida
Jaz el-rei entrevado e moribundo
Na fortaleza lôbrega e silente...
Corta a mudez sinistra o mar profundo...
Chora a rainha desgrenhadamente...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
Os sinos dobram pelo rei finado...
Morte tremenda, pavoroso horror!...
Sai das almas atónitas um brado,
Um brado imenso d'amargura e dor...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
Cospe o estrangeiro afrontas assassinas
Sobre o rosto da Pátria a agonizar...
Rugem nos corações fúrias leoninas,
Erguem-se as mãos crispadas para o ar!...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
A Pátria é morta! a Liberdade é morta!
Noite negra sem astros, sem faróis!
Ri o estrangeiro odioso à nossa porta,
Guarda a Infâmia os sepulcros dos Heróis!
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
Tiros ao longe numa luta acesa!
Rola indomitamente a multidão...
Tocam clarins de guerra a Marselhesa...
Desaba um trono em súbita explosão!...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É alguém, é alguém que foi à caça.
Do caçador Simão!...
Viana do Castelo, 8 de Abril de 1890.
Guerra junqueiro
Quando ouço falar em reis e soldadinhos de chumbo lembro-me quase sempre do caçador simão :
O Caçador Simão
A Fialho d'Almeida
Jaz el-rei entrevado e moribundo
Na fortaleza lôbrega e silente...
Corta a mudez sinistra o mar profundo...
Chora a rainha desgrenhadamente...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
Os sinos dobram pelo rei finado...
Morte tremenda, pavoroso horror!...
Sai das almas atónitas um brado,
Um brado imenso d'amargura e dor...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
Cospe o estrangeiro afrontas assassinas
Sobre o rosto da Pátria a agonizar...
Rugem nos corações fúrias leoninas,
Erguem-se as mãos crispadas para o ar!...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
A Pátria é morta! a Liberdade é morta!
Noite negra sem astros, sem faróis!
Ri o estrangeiro odioso à nossa porta,
Guarda a Infâmia os sepulcros dos Heróis!
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É o príncipe Simão que vai à caça.
Tiros ao longe numa luta acesa!
Rola indomitamente a multidão...
Tocam clarins de guerra a Marselhesa...
Desaba um trono em súbita explosão!...
Papagaio real, diz-me, quem passa?
- É alguém, é alguém que foi à caça.
Do caçador Simão!...
Viana do Castelo, 8 de Abril de 1890.
Guerra junqueiro