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quarta-feira, julho 09, 2003

 
Cada dia que passa mais uma pessoa me pergunta : "E os teus poemas , não escreves poemas no blog?". Aqui vai a minha resposta:




Dias há para perceber o fundo do poço ,
a sede dos dias que se afundam ,
não se percebem.

E o fundo do poço percebe-se
que seja sede de dias.

De alturas antigas
que viajam em vertigem.

Viajam nos nossos filhos,
e na luz que nos protege
da sede.

A luz que descobre o fundo
dos poços.

A vertigem da descoberta
abre-nos a boca timidamente
e mata-nos a sede
dia-a-dia ,

como se de um suave amor
incondicional
se tratasse.

nuno travanca



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