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quinta-feira, janeiro 21, 2010

 


Abre os olhos fecha a porta a ferida o salão dos banquetes
livra-te do sono, desenha os teus passos ébrios a candura
engorda a vaidade das tuas vestes lustrosas celebra-as uma
a uma a que a nudez se estenda o ritual funesto da partida
Estranha na dor os momentos de adiante a ressaca do vivido
sê pragmático, voa com as tuas asas de alabastro à queda
janta com deuses fotografa-os contigo torna-te num alarido
deixa perpassar o paradigma das tristes sortes das sinas
Desola-te, faz todos os ruídos cruéis do mundo da tua volta
Viaja com mil ervilhas nos bolsos rotos deixa rasto de fome
brinda às reminiscências da escuridão as tardes do cinema
Pega no palco toma-lhe o palato das máscaras o ciúme rude
a ligeireza do vazio velocidade vertiginosa a que te propões
Um espectro fendido daqueles que não farão sombra ao sol


Abres os olhos sorris à partida com os olhos fixos na luta
de não querer subir as escadas do ódio apenas e só existir



nuno travanca


quinta-feira, janeiro 07, 2010

 
Devolve-me a sanidade mental que perdi, por me teres esquecido; quando me afastaste; quando viraste a tua direcção para um caminho diferente; trilho estranho esse que percorreste só.


Malcolm Lowry

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