quinta-feira, julho 22, 2004
Graça Pereira Coutinho
Quando a conheci
interessava-me
pela guerra ,
suplantavam-me nos torneios
se me distraía
com decotes ou cismas ,
entre amigos espalhava
dobrões nos bordéis ,
a cidade era doce nas fontes ,
pórticos saravam travessias.
Ela degolou tudo ,
honrei-lhe o corpo
cravando tão fundo quanto pude
os pregos da paixão ,
entrelacei espinhos de amor
numa coroa real ,
e no escudo
mandei pintar insígnias
da casa a que pertence.
Mas traiu-me
e matei-a .
Fátima Maldonado
interessava-me
pela guerra ,
suplantavam-me nos torneios
se me distraía
com decotes ou cismas ,
entre amigos espalhava
dobrões nos bordéis ,
a cidade era doce nas fontes ,
pórticos saravam travessias.
Ela degolou tudo ,
honrei-lhe o corpo
cravando tão fundo quanto pude
os pregos da paixão ,
entrelacei espinhos de amor
numa coroa real ,
e no escudo
mandei pintar insígnias
da casa a que pertence.
Mas traiu-me
e matei-a .
Fátima Maldonado
sexta-feira, julho 16, 2004
de Luís Filipe Gomes
Todas as cartas de amor são rídiculas...
Todas as cartas de amor são
Ridiculas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridiculas.
Tambem escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridiculas.
As cartas de amor, se ha amor,
Têm de ser
Ridiculas.
Mas, afinal,
Só as creaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridiculas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridiculas.
A verdade é que hoje
As minhas memorias
D'essas cartas de amor
É que são
Ridiculas.
(Todas as palavras exdruxulas,
Como os sentimentos exdruxulos,
São naturalmente
Ridiculas.)
Álvaro de Campos
(heterónimo de Fernando Pessoa)
de Juan Mar
Menino que vais na rua
Menino que vais na rua,
não cantes nem chores: berra!
Cospe no céu e na lua
e aprende a pisar a terra.
Aprende a pisar o Mundo.
Deixa a lua aos violinos
dos olhos dos vagabundos
e dos poetas caninos.
Aprende a pisar a vida.
Deixa a lua às costureiras
- pobre moeda caída
de quem não tem algibeiras.
Aprende a pisar no chão
o silêncio do luar
sem sentir no coração
outras pedras a gritar.
Pisa a lua sem remorsos,
estatelada no solo...
Não hesites! Quebra os ossos
dessa criança de colo.
Pisa-a, frio, com coragem,
sem olhos de serenata:
que isso que vês na paisagem
não é ouro nem é prata.
Menino que vais na rua,
não chores, nem cantes: berra!
ou, então, salta p'rá lua
e mija de lá na terra.
José Gomes Ferreira
Menino que vais na rua
Menino que vais na rua,
não cantes nem chores: berra!
Cospe no céu e na lua
e aprende a pisar a terra.
Aprende a pisar o Mundo.
Deixa a lua aos violinos
dos olhos dos vagabundos
e dos poetas caninos.
Aprende a pisar a vida.
Deixa a lua às costureiras
- pobre moeda caída
de quem não tem algibeiras.
Aprende a pisar no chão
o silêncio do luar
sem sentir no coração
outras pedras a gritar.
Pisa a lua sem remorsos,
estatelada no solo...
Não hesites! Quebra os ossos
dessa criança de colo.
Pisa-a, frio, com coragem,
sem olhos de serenata:
que isso que vês na paisagem
não é ouro nem é prata.
Menino que vais na rua,
não chores, nem cantes: berra!
ou, então, salta p'rá lua
e mija de lá na terra.
José Gomes Ferreira
segunda-feira, julho 12, 2004
Selecção brasileira de futebol joga no Haiti a favor do desarmamento.
uma arma por um bilhete.
zulu desarmado
uma arma por um bilhete.
zulu desarmado
domingo, julho 11, 2004
Vou-me embora, vou partir mas tenho esperança
de correr o mundo inteiro, quero ir
quero ver e conhecer rosa branca
e a vida do marinheiro sem dormir
E a vida do marinheiro branca flor
que anda lutando no mar com talento
adeus adeus minha mãe, meu amor
eu hei-de ir hei-de voltar com o tempo
popular alentejano
zulu num coro alentejano
de correr o mundo inteiro, quero ir
quero ver e conhecer rosa branca
e a vida do marinheiro sem dormir
E a vida do marinheiro branca flor
que anda lutando no mar com talento
adeus adeus minha mãe, meu amor
eu hei-de ir hei-de voltar com o tempo
popular alentejano
zulu num coro alentejano
quinta-feira, julho 08, 2004
"não devemos esquecer-nos de que quem escreve para tolos tem sempre grande público."
Zulu cita Schopenhauer
Zulu cita Schopenhauer
domingo, julho 04, 2004
«Pupa que bela is , tibi me misit qui tuus es: uale»
sexta-feira, julho 02, 2004
Ausência
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.
Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)
De quando em vez passo em revista a ciência mundial, os submarinos portugueses e os presidentes do Iraque, entre outros.
É portanto natural que lendo aqui e além encontre extraordinárias novidades.
Não, não sei quantos euros custam os submarinos da muy nobre e fortíssima marinha portuguesa.
Não, não sei quem é o actual presidente do Iraque. Ainda ontem li que um senhor de bigode diz continuar a ser o presidente Iraquiano, portanto não sei quem é, afinal, o verdadeiro presidente. Talvez seja uma questão de clones. Tira-se um, faz-se a clonagem e acrescenta-se alguma da sensatez norte americana (ali das bandas do Texas).
Sobre a ciência, hoje li sobre um tal de The Hubble Space Telescope que encontrou cerca de 100 novos planetas na nossa galáxia.
Já não estou preocupado se não há vida em Marte. Nalgum destes novos planetas há-de haver, caramba! Será que têm Europeus de Futebol?!
zulu planetário
"porque será que todo o Povo, ou quase todo, se mobiliza, vibra e se solidariza em redor do futebol, e não faz o mesmo em relação ao desenvolvimento autêntico do País? Porque será?"
Carlos Hermes, in expresso
Será do guaraná ?
zulu, in zuludasmeiasaltas
Carlos Hermes, in expresso
Será do guaraná ?
zulu, in zuludasmeiasaltas